Desenvolver e ter em mãos um produto de alta qualidade é o primeiro e um dos passos fundamentais para quem quer obter sucesso nas vendas. Entretanto, saber atribuir o devido valor é uma tarefa que complementa o esforço em prol da qualidade elevada. Por este motivo, é primordial saber precificar, ou seja, estabelecer um valor justo, que não desvalorize o que está a ser oferecido, tampouco torne a venda inviável em razão de seu custo. E saber precificar é uma prática obtida por meio de critérios técnicos, que envolvem uma série de fatores em um processo conhecido como Gestão de Custos e Formação de Preços.
Assim, estabelecer um preço envolve fatores mercadológicos, tributários e financeiros, além da percepção de valor por parte do consumidor. Logo, de acordo com a especialista em gestão financeira Mariana Watanabe, a estratégia é fundamental nos ‘preços promocionais’, nos quais deve haver um equilíbrio para que as contas fechem no final do mês. “Por isso, é essencial que a margem de lucro caminhe sempre junto com o faturamento”, evidencia ela.
A especialista lembra que a gestão do custo começa na compra do produto e dos insumos. E saber o seu poder de negociação pode ser o seu diferencial perante os concorrentes. “O seu ponto de venda, ponto extra, preço promocional, brindes, sorteios, devem ser negociados com seus fornecedores na hora da compra para que você não sacrifique a sua margem de lucro. É fundamental também conhecer os números da sua empresa, como custos e despesas fixas e variáveis, margem de contribuição, tributos, fretes e outros. Tudo isso deve estar incluso no seu preço de venda”, alerta.
Mariana reforça ainda a necessidade de saber quais tributos (créditos e débitos) incidem sobre o produto ou serviço, pois o regime tributário da sua empresa implica em maneiras diferentes de se apurar os impostos que devem estar inclusos no preço de venda: frete da mercadoria, perdas previsíveis, custos operacionais, margem de contribuição e até mesmo os prazos de pagamento do produto e prazo de recebimento da venda. “Tudo isso, alinhado à percepção de valor do mercado, obriga o empresário a ter todas as informações do seu negócio na palma da mão para que seja formado um preço de venda correto. O auxílio de um sistema de gestão ERP (Enterprise Resource Planning, na sigla em inglês, significando em português planejamento de recursos empresariais) pode ajudar muito na hora da precificação”, salienta.
Dentre os indicadores que compõem um custo, Mariana destaca perdas, inadimplência e despesas financeiras, além da Curva ABC de produtos. Além disso, é importante olhar para o futuro, ou seja, oscilação do dólar (que influencia nos preços dos combustíveis, insumos e produtos) períodos de safra e entressafra, problemas climáticos. “Por isso, é necessário que o empresário esteja sempre antenado para se antecipar nas estratégias de custos e preços”, diz ela.
Além de olhar para o futuro, verificar a concorrência é um diferencial, desde que seja da maneira adequada. Todavia, olhar diretamente para o preço da concorrência pode ser um erro, pois pode fazer com que você deixe de olhar para outros horizontes e perca o foco no seu negócio. Porém, é importante sempre se atentar ao preço que o mercado está disposto a pagar pelo produto ou serviço. “É importante que você agregue valor, crie diferenciais e fidelize seus clientes para que o preço não seja o principal fator de decisão do consumidor”, observa Mariana.
Fonte: Portal SEGS/ Por Mariana Watanabe, especialista em gestão financeira
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